terça-feira, 24 de agosto de 2021

Intimidade

 


Sou íntima a mim mesma,

Em primeira instância,
Conheço e reconheço
Todos os meus passos,
Nada me é estranho,
Nenhuma reação,
Por mais me surpreenda,
Tudo é bem sabido em mim,
Mudo sim...

Não deixo minha essência,
Perfumada,
Cotidiana,
Transparente,
Tímida,
Corajosa,
Receosa,
Concomitantemente...

Atualmente
Muito mais mulher:
Mais consciente
Das minhas fragilidades
Íntimas...
Prisioneiras...
De um amor
Liberto por mim,
Para, delicadamente,
Não me perder

De mim...

Entendo que poesia é negócio de grande responsabilidade e não considero honesto rotular-se de poeta quem apenas verseje por dor de cotovelo, falta de dinheiro ou momentânea tomada de contato com as forças líricas do mundo, sem entregar-se aos trabalhos cotidianos e secretos da técnica, da leitura, da contemplação e mesmo da ação. 

Até os poetas se amam, e um poeta desarmado é, mesmo, um ser à mercê de inspirações fúteis, dócil às modas e compromissos.

(Poeta de alma e ofício- Carlos Drummond de Andrade)




4 comentários:

  1. Belíssima poesia e todas nós sabemos de nós intimamente e tomara não tenhamos surpresas, nos enganando conosco mesmas,rs... Ficou SHOW! beijos, chica

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  2. Hermoso poema amiga. Que tengas un lindo dia. Saludos.

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