terça-feira, 15 de julho de 2025

Viagem de Princesa

 


"Não posso adiar o amor para outro século."






Numa saudade incontida, 

deitou-se em seu leito, 

fez uma viagem imaginária belíssima, 

passeava pelas nuvens, 

com elegância na sutileza de princesa.


Numa bondade sentida,

com esperança no peito,

ganhou vigor, ânimo candíssimo,

espantava as fuligens,

com toda afetividade, delicadeza.


Numa viagem deslumbrante,

aconchegou-se no sonho delirante,

Não quis mais acordar, só esperar,

o arrebatamento acontecerá,

seu príncipe chegará.



domingo, 13 de julho de 2025

Cantinho do Poeta (Lis)

 


Desde Janeiro de 2024, uma vez por mês, poetas amigos desfilarão por aqui com poemas sobre a Arte da Poesia  pela poesia.

Nossa  homenageada será a querida amiga Lis, a poetisa das fotografias belas com poesia embutida em cada click. 

Seja bem-vinda em nosso Cantinho do Poeta,  querida Amiga!





.... gosto do silêncio, 
mas não sou silenciosa.
Sonho acordada, 
choro nas cenas tristes dos filmes 
e, quando me sinto sozinha demais, escrevo.

Na maioria das vezes, sou prolixa,
quase uma dissertação.
Como aqueles temas que pediam na escola
Passava horas lendo as redações 
que a minha professora-madrasta trazia 
para corrigir em casa.

Habituei-me escrever como elas
_ assim livre ...
despojadamente,
quase sempre com alguma coisa fora do lugar.

 Devo ter faltado as aulas de pontuação 
nunca sei onde jogá-las.


Da poetisa:

Leveza nos poemas.

Escreve maravilhosamente bem, encanta.

despojada inspiração, cheia de uma poética objetiva, sem adereços ou firulas.

Poetisa que ama a liberdade.

Leveza, diretiva simplicidade comovente. 

Excelente poetisa. 

Poesia latente, direta.

Maneira descontraída de escrever, sem subterfúgios, com a alma limpa.

Leve, objetiva e sensível.

Sensível e talentosa




 





Mario Margaride 





Obrigada, minha Amiga, por embelezar a blogosfera com poemas tão lindos.




quinta-feira, 10 de julho de 2025

Palavras Curam


As flores, cerejeiras lhe brindaram com muita alegria.

 

Escrevendo enquanto der..


Uma iniciativa da amiga Chica


"Ser poeta é mais alto, é ser maior 

Do que os homens! 

Morder como quem beija! 

É ser mendigo e dar, como quem seja Rei"...








Jogou as lágrimas ...


Ria, sorria, era feliz,
Como a todos condiz.

Vivia, com alegria,
Até haver um belo dia.

Sabia ser bem- amada,
Sentia-se tão  inebriada.

Sem mais nem menos,
Dissabores não amenos. 

Choro compulsivo na face, 
Após infeliz desenlace...

Não teve outra alternativa, 
Estancou, Jogou as lágrimas.

Procurou mar, montanhas,
Amigas, cafés, chás, palavras.

Deus veio em seu auxílio,
Deu-lhe um pouco de alívio. 




segunda-feira, 7 de julho de 2025

Aridez da Alma

 







Alfred Stieglitz (1864-1946)

Num chão bem árido, sem consolação,
Tece seu sonho, medo em desolação.

Sente frio na alma, nada a acalma,
Vida dura sem consolo, seguido dolo.

A friagem do lugar impregna o ser,
Ela procura tão somente sobreviver.

Tece o rosário de lamentos à Terra,
Pede à Mãe Gaia pela dura guerra.

No chão vazio, lembra suas perdas,
Enterrou seus ideais nas veredas.

Obrigada, querida amiga Ginebra. 

sexta-feira, 4 de julho de 2025

Força Triunfal em 5 Anos

 


"A poesia contém os sonhos de toda gente".
(Graça Pires)





Se amuada, sem auxílio na Terra,
 ajudada por borboletas, voo pelo ar.

Elas se juntam como astutos anjos,
numa corbelha em forma de balão.

Suas cores se mesclam às estrelas,
dão-me viço e força triunfal.

Elevam-me ao cume da Serra,
de forma a nada me ludibriar.

Vejo, de longe, todos abismos,
agruras saem do meu pobre coração.

Recomeço a imaginar boas quimeras,
minha vida começa a ser colossal.

"Podes também esperar que a noite venha com infinitos sóis e solte transparentes borboletas cobertas de mel"



Participo da proposta da querida Tracy

Em 5 anos, muitas coisas mudaram, entre lutos sofridos, dores na alma, 


Consiste em voltar à publicação que você fez na primeira quinta-feira de julho de 2020, quando estávamos saindo da pandemia, e copiar o link para a publicação que você fez naquele dia.
E pense em como você teria feito essa publicação hoje, em 2025.
Quem não editou uma publicação naquele dia deve fazer o mesmo com a publicação mais próxima daquela primeira quinta-feira de julho de 2020.


Tracy, muita coisa  mudou em 5 anos, eu escrevia muito, lia muito e só a escrita me envolvia por inteiro, a dor que sofri na pandemia só foi atenuada pela escrita e leitura, foi cruel demais, sonho desmoronado, solidão de tudo, hoje, voo pelas asas das borboletas, como no poema acima...
Elas não me abandonam, ficam pelo ar procurando a quem encantar e voltam de vez em quando para acarinhar.
Bem diferente das pessoas que se foram e nunca mais voltaram a não ser em sonho. O abandono da pandemia foi cruel demais.
Naquele ano que não foi o final da pandemia, estávamos em pleno auge dela por aqui, eu tinha ainda muita esperança e colocava em palavras meus verdes sonhos esperançosos.

Obrigada, querida Tracy.



Escolhi uma das quadras escritas naquele tempo pandêmico, postada no primeiro dia de julho de 2020:

Borboletas voltaram a circular...
Chamando a atenção, a alegrar,
Com todo dinamismo, voamos leves
Não há como resistir às preces.




segunda-feira, 30 de junho de 2025

Nossa Melodia Amor

 

A espera é  uma tecitura, a gente cria presenças com materiais  de ausências.

(Mia Couto)




Na melodia do Amor,
Seguimos nossas notas,
Sem nenhum vestígio de temor,
Tecemos lindas partituras.

Em solfejos delirantes,
Emitimos nossos sons,
Com ternuras inebriantes,
Notas vibram em tons.

Num acorde especial, 
Do nosso amor nada banal,
Somos ecos de ternura,
No sentimento de pura brandura.

Os sons são  melodiosos, 
Não somos rancorosos.
Nossa pauta tem harmonia,
Tira-nos da melancolia. 

Num acorde perfeito,
Nosso amor se faz rarefeito. 
Na extrema hegemonia,
Somos um só som, uma alegria. 






quinta-feira, 26 de junho de 2025

Revisão dos Sonhos




Olha à tua volta. Observa. 

Viaja através das imagens. 

Escuta a voz das coisas. 

O mar, o céu, a montanha está tudo ao teu alcance. 

Podes não encontrar as palavras capazes de iluminar o que vês. 

Mas quem sabe se não há em ti um poeta adormecido? 

Graça Pires 



 


Sofreu, chorou só, sem carinho, 

Suas densas lágrimas se converteram

Em pérolas gotejantes, proliferaram.


Ensopou as vestes, mesa de labor,

Transparente reflexo de esplendor, 

Segurou coração na mão, como flor.


Com olhar perdido no horizonte alem,

Revê sonhos distantes pela solidão,

Reflete sua situação de indigente. 


Espelha amarga desilusão doente,

Vive na clausura do lar, como monge,

Doravante, não entregará coração. 

(poema não escrito na atualidade, embora seja inédito aqui).



domingo, 22 de junho de 2025

Pingos de Amor

 





vou de pingo em pingo,
como gotas de cristais
numa mandala original,
elas colorem meu viver.

partículas furta-cores, 
delicadas, fluorescentes,
perfumadas, bem florais,
elas adornam meu viver.

cada porção são lágrimas
fluídas dos meus olhos,
do meu sentir nada banal,
elas embelezam meu viver.

pinga meu pobre coração,
eflúvio de amor e paixão,
um dia ele gritará bingo!
Deus tingirá meu viver.




quarta-feira, 18 de junho de 2025

Céu de Fogo







Céu de fogo, 

Incendiário momento, 
O dia entardece,
A tarde enrubesce...
A noite já virá.

Céu de fogo,

incandescente elemento,
tormento diário desvanece
a alegria se envaidece,
Logo o céu se irradiará.

Céu de fogo,

quentura da alma sem tormento,
cada dia o poente viesse
irradiar o bem, quisesse
encantar, o mal suprirá.


segunda-feira, 16 de junho de 2025

Súplica Ugente



É tão bom ver chover quando estamos abrigados.
Estou pensando nos que não tem abrigo ou o tem mau; nos que não têm, neste momento, nem tetos sólidos NEM CORAÇÕES AMIGOS AO PÉ DE SI.
(Machado de Assis)




Pai, está muito frio,
Lá fora, até gela,
O gramado congela, 
Ela permanece no brio.

À  luz de uma vela,
O dia está sombrio,
Lá dentro,  ela zela,
Tem muito calafrio.

Há tantos indigentes, 
Outros desabrigados, 
Famintos, tão doentes,
Sentem-se perdidos.

Suplica ao Bom Deus,
Numa singela prece,
Á Estação diga adeus, 
Congelar não se merece.

Senhor, cuida deles,
No lar, agasalhado,
Já se está congelado,
Só me restam preces.


Botando a cabeça pra funcionar 

 


Uma iniciativa da amiga Chica 

A cada amanhecer, tenho agradecido a Deus por ter um lar. Lá  fora, vejo pessoas dormindo ao relento.  A prefeitura não tem dado conta nem as igrejas. 
Dormem em papelôes,  enrolados em plástico. 
Não estou falando de periferia... 
Bem no centro de cidades balneárias eles estão pelas calçadas. É  tão triste!
Como não agradecer a Deus por termos um lar para morar e não estarmos ao relento sujeitos a tantas intempéries até mortais?


sábado, 14 de junho de 2025

Seguir Amando





"Há olhos que só olham o sonho; e, quando o sonho se dissipa, ficam cegos. 

Mas não é neste poema que sentes cada sílaba como tua? 

E se falares de amor? 

Tens uma paixão, confessa." 








seguir amando

alguém já ido

sem chance de retorno

num mundo sem motivo

a sonhar de novo.


continuar nas lembranças

até o dia fatídico

numa fatalidade traiçoeira,

tsunami levando embora

emoções, sentimentos puros.


prosseguir sem ânimo,

sem mais sonhos bonitos,

um mundo de emoções,

nada de olhares, sorriso, toques,

nada mais, nada...

só saudade e recordações.





quarta-feira, 11 de junho de 2025

Charme Romântico

 



A poesia é um cone de sombras coloridas que vão mudando com o tempo e com os autores. 

A aventura humana confunde‑se com a aventura da linguagem, onde se inclui a aventura mágica da linguagem poética.

 O sentido dos poemas depende também de quem os lê, mesmo que o poeta imponha a quem gosta de ler e escrever poesia uma exigente simplicidade e rigor. 

Ruy Belo





Numa elegância fenomenal,

com todo charme descomunal.

Vê-se lindamente elegante,

não tem nada de inocente.


Sabe sentir-se  mulher amável,

sem barganhas, inegociável.

Pisa firme em seu solo mãe,

protege-se bem das aldeães.


Consciente dos seus limites,

põe fé em todos bons liames.

Atravessa na categoria mestra,

é efusiva, a emoção adestra.


Firmeza é seu nobre sobrenome,

atenta ao  percurso, cognome

esperança imbatível, adorável,

sonha sem desatino, tem destino.