Baú de Proteção

 

saio do meu  baú, entreaberto,

escapulo numa espreita ao arredor,

havia me encubado por grande desamor.

minhas vestes são antigas,

levantam poeira e amarguras,

acompanham-me lindas borboletas.

tenho a me esperar um árido deserto,

enfrentá-lo-ei com brandura e bravura,

não posso ficar entocada uma vida inteira.

silêncio, solidão no panorâmico,

sobreviverei ao tão insensível deserto

do ambiente solitário atual ainda endêmico.

minha garra rubra é maior,

hei de vencer! Afirmo com determinação,

nada como a Ternura no coração em profusão.

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Poesia de Horto

                                                       

Quanto mais maceradas,

defumadas as tristezas,

  poesias lindas são tecidas

 em nosso ser desconsolado.

 São poesias de vivências, 

experiências bem cruciais,

 no Horto do nosso viver.

Não digo de tristezinhas,

de amarguras procuradas, 

de melancolia sem noção,

falta de Amor no coração.

Afirmo as dores da alma, 

incutidas por terceiros,

 apunhalam nossos sonhos,

argumentos inconvenientes.

Elas doem muito no âmago,

inescrupulosamente ferem,

são as cicatrizes eternas.

Nuances Sutis

 

Na paz do entardecer,

o sol se enfraquece,

ela se fortalece,

põe-se a ler.

Um chá é boa companhia,

dá uma tênue alegria,

enrijece a leveza,

do paladar à mesa.

Entre sombras diversas,

há flores perfumadas,

atenua a tristeza,

face enrugada.

Sua leitura propicia

minutos agradáveis,

sente-se bem-amada,

nuances sutis.

Poema 1

Suavidade no Mar

 

A flauta toca um sonoro acorde delicado,

as marolas banham a areia com delicadezas.

          as pedras, tão veementemente, são beijadas

no rico cenário nebuloso de muitas belezas.

Bela mulher contracena por ser bem-amada,

sua pele se deixa pela brisa ser tocada,

o branco cambraia do seu traje dá leveza,

é momento vespertino de grande sutileza.

A maré contribui à serenidade da mente,

 aura de paz em uníssono em todo ambiente,

é majestoso o espetáculo bem desfrutado,

deve ser outono em seu mais lindo talhado.

Poema 1

Poema 2

poema 3

A Fiel Inspiração

 

"Dá-me a esperança das
árvores para que eu teça
entre as ausências que se
intensificam uma sanidade
ainda que estofada de delírio"

A noite traz lembranças oportunas,

seu diário se enche de palavras,

tem iluminações profícuas,

versos em cadências.

É tendenciosa, amorosa a solidão.

traz o gosto amargo e intenso

de evolução em profusão,

 coração arde, é denso.

A escuridão é iluminada pela poesia,

no suporte, escorada pelo Amor,

tece versos em bela sintonia,

ao seu escrito amador.

A fiel inspiração vem arrebatar

seu ser por inteiro, cede,

antecipa-se no arrematar

cada poema, tem sede.

Poema 1 Poema 2

Aura Iluminada

 

"Dá-me a serenidade de uma
estrela para que eu imagine
entre as lágrimas que não
me deixam qualquer
paz ainda que breve."

Brio na doce alma,

dor que não acalma,

luz divina regenera,

do desamor se recupera.

Há nela florescência,

espiritualidade em dia,

instigante e boa magia,

libera mística agonia.

Reflexos estelares

ofuscam seus pesares,

terna ressonância,

suave em fragância.

Encontro do eu real,

intensa luminosidade,

aura bem iluminada,

transparência recuperada.

Aos que têm acompanhado a segunda série da minha comemoração dos 10 anos do blog, com sequências de 10 em 10, com carinho de gratidão e estima pelo estímulo à Poesia aos Amigos.

Açucenas na Composição

 

"Dá-me a lucidez das correntezas
para que eu descubra
entre as tristezas que se
avolumam algum
sorriso mesmo
que não seja para mim."

"Vasto chão, sensação feliz, seda, linho, lã, cetim."

Doçura, ternura, mansidão,

açucenas em boa profusão,

lindos cisnes na lagoa,

ela no postal não à toa.

Um momento bem triunfal,

nada no cenário é banal,

água mansa a descansa,

boa companhia em sintonia.

A neblina é pura magia,

todo arvoredo a extasia,

tudo ao redor se silencia,

há no lugar pura harmonia.

Seu semblante é revelador,

suas mãos denotam espera,

seus cabelos bem cacheados

configuram traços delicados.

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Poema VIII Poema IX

Magia na Leveza

 

ela caminha sozinha e leve

por entre as flores vermelhas,

sente uma emoção imensa, breve,

seu chapéu encobre seu rosto,

ele é ornado com flores secas.

o cenário vespertino é oportuno,

expurga-lhe qualquer desgosto,

precisa respirar outros ares,

amaciar sua pele de seda perfumada,

dá passos contidos, sentidos...

ao longe, mira um  castelo,

brilha sua imaginação no coração,

seu afeto é seu aplicado aluno,

brilha em todos os lugares,

sente-se uma mulher bem-amada.

quem lá habitará tal palácio?

será alguém de bem, com brio?

questiona sua elegância...

estará à altura de tal mordomia?

adentra no âmago de si, em sintonia.

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Poema VII Poema VIII

Sintonias Virgens

 

“Para vermos o azul, olhamos para o céu. 
A Terra é azul para quem a olha do céu. 
Azul será uma cor em si, ou uma questão de distância? 
Ou uma questão de grande nostalgia? 
O inalcançável é sempre azul.”
(Clarice Lispector)

A bela musa se interioriza,

reflete na sua vivência,

contempla um belo Céu,

não vê só as nuvens,

enxerga girassóis.

Ao longe, brilha o poente,

a mulher muito o valoriza,

é sua maior tendência,

apreciar calma ao léu,

tem sintonias virgens.

O crepúsculo lhe fascina,

ouve atenta os rouxinóis,

a água do mar borbulha,

ela fica na patrulha,

há envolvência!

Em suas mãos tem o amarelo,

no coração, em paralelo,

uma doce emoção salta,

dos olhos, piedade,

denota só bondade.

Poema I Poema II Poema III Poema IV Poema V

Poema VI Poema VII

Cordão de Duas Dobras

 

Com a corda no pescoço,

encontro-me, constantemente,

há um fiapo de esperança,

um cordão de duas dobras

envolvendo-me docemente.

Enrosco-me como no útero,

embala-me um ovo de proteção.

dores d'alma são emboscadas,

dilaceram meu coração,

molestam-me intensamente.

Como dói um viver austero,

amargura dias em ciladas,

 o mundo se reduz e não seduz,

pareço roer um oco osso,

sou fera em extinção.

Poema I Poema II Poema III Poema IV Poema V

Poema VI

Companhia Deliciosa

sento-me numa mesa,

sinto teu aroma,

sorvo um gole,

ora é doce o paladar,

ora bem rascante.

numa mesa solitária,

com pouca luz,

um som suave ao fundo,

sinto-me bem acompanhada,

com coração aquecido.

ouço vozes próximas,

estou tão envolvida

com o meu momento a dois,

fico tão absorta,

deixo as falas para depois.

que gostoso ficar assim,

seja de dia ou de noite,

sinto-me tão pretendida,

em tua companhia bem-quista,

ó Poesia, seja bem-vinda!

Poema I Poema II Poema II Poema IV Poema V

Coragem Celestial

 

Ela segue bem firme, determinada,

não sabe onde vão dar seus passos,

mas caminha segura de si, avante!

sabe o quanto cresceu, crescerá...

Não importa se não veem como ela é...

Ela sabe bem onde e como andou,

anda... andará num lindo jardim...

O brilho e a pureza do seu olhar

refletem a irradiação dela,

enfrenta tufões, furacões, vendavais,

inoportunas pessoas...

Seus traços delicados são Poesia,

entre rendas e gripis azuis é feliz,

o azulado é pura alegria...

Seus cabelos soltos ao vento

dão-lhe leveza e beleza,

eia! caminha sem se deter,

urge ser corajosa até seu fim. 

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Meu Tesouro

seu amigo companheiro,

alazão de brilho interior,

é o apoio na caminhada,

o arrimo da bem-amada.

era translúcido, luminoso,

ela irradiava seu porte,

na elegância do trajar,

 urge viver o horizontar.

o caminho pouco valia,

a trajetória era regalia,

ambos na total sintonia,

abriam alas à alegria.

o viver era altaneiro,

luz em todo esplendor,

avançar é esplendoroso,

não se entregar à sorte.

*Tesouro era o cavalo do meu pai amado que hoje faria 99 anos... se foi há 14 anos.

Poema I

Segredo a Sete Chaves

 

Cansada, sufocada, desolada,

recolheu todas as chaves 

de acesso ao seu coração.

Subiu muito alto, escadaria acima,

o peso das chaves 

não era maior ao da sua tristeza.

Segurava-as firmemente, 

para não perder uma sequer,

pensava cabisbaixa se a perdesse...

... e se alguém a achasse?

 seria o seu fim...

não poderia cometer tal deslize.

Devagar chegaria ao topo,

carregando sua pesada sina,

não fora feita para o Amor.

A secura do cenário era tal e qual

toda dor do seu ser,

uma árvore seca a seguia no trajeto.

Ela deixaria lá para sempre

todo seu afeto,

todo seu bem-querer...

Estava protegida por seu Anjo,

ele a encaminhava ao Alto,

seria um segredo lacrado a sete chaves.

Poema  Poema II