terça-feira, 31 de agosto de 2021

Mulher x

 







Uma simples mulher,

De uma cidade qualquer,
Num bairro qualquer,
Num lugar qualquer,
Como todas as Marias...

Era rosada na alma,
Mulher no íntimo,
Feminina na essência,
Parecia atrevida...
Corajosa invejável...

Enfrentava o impossível,
Sem embargo, era tímida,
Insegura, frágil, meiga,
Ganhava coragem, 
Só o Amor podia lhe dar!



No mês de Agosto....

em que se relembra e valoriza à Lei Maria da Penha, em seus quinze anos, a violência emocional se faz presente e eu a apresentei de diversas maneiras no mês, valorizei a Violência Emocional (considero a mais traumática, pois a dor física passa com o tempo, com exceção da morte ou traumatismos físicos que deixam sequelas físicas visíveis, como tatuagem).

Abaixo está a capa de uma Antologia que participei com dois contos sobre o tema:








segunda-feira, 30 de agosto de 2021

Final Feliz? x

 





Ele, homem,

Ela, mulher.

Clima tenso...

Contestações,

Brigas constantes,

Criar raízes?

Sem tempo!

Brigas violentas,

Amor doentio,

Loucura em paixão.

Família aflita

De notícias, à espera,

Em desespero...

Susto e mais susto!

Final feliz?

Só Deus sabe!

15 anos da Lei Maria da Penha...
(Agora, dispensando os cuidados contra a violência emocional que fere a pessoa para sempre.)





♫♫"O amor é o único que cresce quando se reparte."♫♫
[Antoine de Saint-Exupéry]

 





domingo, 29 de agosto de 2021

O Fim da Linha

 




 

Olhos pesados...


Marejados,


Ouvidos cansados...


Surdos?


De tudo um pouco vivi,


De tudo um pouco ouvi,


Receba, Senhor,


À tua filha,


Uva da Tua Vinha.


Separa,


Acasala,


Aninha,


Aqueça,


Não Te esqueças


Está a chegar


O fim da minha linha.


"Eu canto porque o instante existe

E a minha vida está completa.

Não sou alegre nem sou triste:

Sou poeta."

(Cecília Meireles) 



 

 

 

De Mãos Acorrentadas

 




Mil detalhes a cuidar,

Sem condição de nada,

Recorda dor experimentada.

 

Estreiteza com a tristeza,

Semelhança no trilhar,

O coração da indigente

 Precisava animar.

 

Infeliz do seu próprio destino,

Tem suas mãos acorrentadas.

Não gera laços fermentados,

Que triste desatino!

 

Como desprender-se,

Se chaves se perderam

Por falta de abrigo?



"Ostra feliz não faz Pérola". 

(Rubem Alves) 

 




 

 

sexta-feira, 27 de agosto de 2021

Enganos

 



 

O bem fazer,

Sem recompensa esperar

Na difícil arte de ser fiel.


Dúvidas,

Contradições,

Dificuldades,

Problemas,

Desencontros...

Violência de todo tipo... 

Enganos meus.


Atitude! 

Determinar-me,

A Paixão viver.

Encarar! 

Vencer!

A felicidade buscar,

Custe o que custar.



Teus poemas, não os dates nunca... Um poema
Não pertence ao Tempo... Em seu país estranho
Se existe hora, é sempre a hora extrema
Quando o Anjo Azrael nos estende ao sedento
Lábio o cálice inextinguível...

O que tu fazes hoje é o mesmo poema
Que fizeste em menino,
É o mesmo que,
Depois que tu te fores,
Alguém lerá baixinho e comovidamente,
A vivê-lo de novo...
A esse alguém,
Que talvez nem tenha ainda nascido,
Dedica, pois, teus poemas,
Não os date, porém:
As almas não entendem disso...
(Mario Quintana)

 







quinta-feira, 26 de agosto de 2021

Silêncio






O que é o silêncio?

Da alma?
Do corpo?
Do Coração?

Ruídos espalhados pelo ar...
Ouço a voz das ondas do mar,
Ouço pessoas gargalharem ao longe,
Ouço frêmitos loucos 
De impiedoso egoísmo.

Há tanto ruído no ar!
Que pena!
Lástima imensa é o subterfúgio 
Do ser humano,
Lamentável tanto alvoroço ao redor.

Não há profundidade,
Profusão do fecundo...
Há apenas malquerenças
Envolvendo a humanidade
Em profundo som descabido,
Proveniente do mutismo 
Dos sentimentos,
Da incapacidade de fazer silêncio
Para mais amar e servir.

Vem, silêncio, 
Envolve-me de ternura!
Que não seja eu contaminada
Pelas descabeladas urgências
Das pessoas,
Por coisas tão passageiras!
Silêncio, 
afaste o efêmero de mim!

"A poesia é uma gota de um sentimento cada rima ou verso serve para demonstrar a emoção que se sente, o coração fala através das palavras e expressa um breve momento imortalizado no tempo."

 (Taliesin)




quarta-feira, 25 de agosto de 2021

Inverno Delirante






Desde o tomar um cafezinho 
bem quente,
a aquecer meu coração 
na minha caverna preferida,
meu quarto.


Ah! Inverno arredio e cortante...


Posso ainda fugir 
para altos céus...
achegar-me bem pertinho 
do perfume duma linda rosa...


Ah! Inverno dilacerante...


O meu amor não é aquecido, 
nesse frio,  
por mãos humanas...
recebo intenso abraço do Amado...


Ah! inverno sufocante...


O vento cortante sul
deixa-me mais alquebrada,
totalmente confiante...

Ah! Inverno delirante...

No Inverno,
Não me resta nada muito a fazer 
Senão amar,
Com um Amor muito grande...


🙏🙏🙏

"Se eu gosto de poesia?

- Gosto de gente, bichos, plantas, lugares, chocolate, vinho, papos amenos, amizade, Amor.

Acho que a poesia está contida nisso tudo."

(Carlos D. de Andrade)





terça-feira, 24 de agosto de 2021

Intimidade

 


Sou íntima a mim mesma,

Em primeira instância,
Conheço e reconheço
Todos os meus passos,
Nada me é estranho,
Nenhuma reação,
Por mais me surpreenda,
Tudo é bem sabido em mim,
Mudo sim...

Não deixo minha essência,
Perfumada,
Cotidiana,
Transparente,
Tímida,
Corajosa,
Receosa,
Concomitantemente...

Atualmente
Muito mais mulher:
Mais consciente
Das minhas fragilidades
Íntimas...
Prisioneiras...
De um amor
Liberto por mim,
Para, delicadamente,
Não me perder

De mim...

Entendo que poesia é negócio de grande responsabilidade e não considero honesto rotular-se de poeta quem apenas verseje por dor de cotovelo, falta de dinheiro ou momentânea tomada de contato com as forças líricas do mundo, sem entregar-se aos trabalhos cotidianos e secretos da técnica, da leitura, da contemplação e mesmo da ação. 

Até os poetas se amam, e um poeta desarmado é, mesmo, um ser à mercê de inspirações fúteis, dócil às modas e compromissos.

(Poeta de alma e ofício- Carlos Drummond de Andrade)




segunda-feira, 23 de agosto de 2021

Da Saudade na Pandemia

 

 



Sinto saudade

do ar puro,

do frescor, da partilha,

da mesa farta

da festa a quatro, 

a cinco, a seis...


Da alegria,

dos presentes dados,

das atenções repartidas,

do ar de festa...

da doce expectativa

do viajante a chegar,

do carro cheio...


Da amizade fraterna,

das lágrimas sentidas

na despedida, derramadas...


Do desejo do hoje,

dos sonhos acalentados,

dos planos desfeitos...


Hoje resta do lar

apenas fotos,

um coração atormentado,

acorrentado,

preso às lembranças...


Na vida a singrar

à espera de alguém 

a ajudar-me a remar...


Tem mais sobre Pandemia Aqui.


Porque a Poesia purifica a alma... a um belo poema... ainda que de Deus se aparte... um belo poema sempre leva a Deus.

(Mario Quintana)




 

domingo, 22 de agosto de 2021

Poetizar, Esmagada x

 


Poetizar... 

 

Deixar o coração falar do Amor

que o reveste.


É construir um castelo,

deixar que aquele que o lê...

passe a habitá-lo.


É não se contentar em sobreviver,

esmagada pelo peso da dor.


É voar alto,

muito mais alto

do que as aves no Céu.


É a livre expressão 

do coração amoroso,

confiante, 

galgará outro sedento ser

submetido num mundo de sonhos.


Poderá se tornar realidade...

bastar crer,

livrar-se do medo de errar,

aprender com o outro

a difícil e encantadora 

ARTE DE VIVER POETICAMENTE.


Salmo 45, 1

“Com o coração vibrando de boas palavras recito os meus versos em honra ao rei; seja a minha língua como a pena de um hábil escritor.”




 

Saudade Dolorida

 


"O frio que eu sinto, isso vai passar também."

Dói,

Demais,
Densa,
Dolorida,
Desolada,
Desalmada,
Derradeira,
Doentia,
Derramada,
Dentro do peito,
Da alma,
Do coração,
Da mente,
Deixada,
De lado...


🙏🙏🙏




O que o vento não levou


No fim tu hás de ver que
as coisas mais leves são as únicas
que o vento não conseguiu levar:

um estribilho antigo,
um carinho no momento preciso,
o folhear de um livro de poemas,
o cheiro que tinha o próprio vento...

(Mario Quintana)


Da Saudade do Presente x

 



Do passado,

 não tive SAUDADE,

ficava a entender o porquê

 

No presente, 

voltei a viver 

e a SAUDADE ter.

 

Do futuro, 

SAUDADE preceder,

atemporal... por quê?

 

Pescar sonhos, 

de sentido à vida encher,

metas traçadas e alcançadas.

 

SAUDADE imposta, 

nas vidas gratificadas,

ter para quem voltar,

 o vazio preencher.

 

Nas partidas e retornos... 

das idas e vindas... 

SAUDADE ter.

 

Pescar sem me aposentar,

pescar a vontade de amar,

sem deixar a rede esvaziar,

da fidelidade de Deus 

nunca me esquecer.

 

Viver a encantar, 

sem deixar 

um só pôr-do-sol 

de apreciar.

 

De carinho e ternura 

deixar o coração arrebentar...

Da SAUDADE, 

pela noite me acompanhar.

Ser sal e luz: diferenciar!

🙏🙏🙏

A saudade é a memória do coração. 

(Coelho Neto)