segunda-feira, 1 de setembro de 2025

O Pássaro e Samira Azul







Pássaro jovial entre o róseo e o safira,
gosta de apreciar as artes de Samira.
Contempla no galho a bela harmonia,
Entre flores e natureza em hegemonia.

Encantado com a mulher, fica imóvel,
a majestade de ambos é tão amigável.
Do  lado de lá, ela se banha na lagoa,
do lado de cá, a supremacia duma loa.

O pássaro não se exibe além do normal,
zela a não espantar cenário fenomenal.
Tal dama se refresca despistadamente,
refresca corpo e alma destemidamente.

Numa sinfonia suave, nina a mulher,
ela agradece com um sorriso rosicler.
Os dois têm cumplicidade e amizade,
num dueto secreto de terna afinidade.




sábado, 30 de agosto de 2025

Encharcada de Amor

 

A poesia move-se na sombra?

Se vês as gaivotas rondando um barco, não sabes que os pescadores terminaram a faina? 

–  Se encontras na areia um búzio perdido, podes ouvir nele o murmúrio do mar? 

–  És capaz de ver em cada flor um convite de amigo à tua espera? 

Isto é sentir a poesia da vida. 

Toda a natureza é uma promessa de transformação ou, melhor ainda, de transfiguração. 

É só estarmos preparados para merecer o bailado das palavras que ela nos oferece. 

Sentiremos, então, como Eugénio de Andrade, que um pássaro e um navio são a mesma coisa. 

Quer dizer, tudo é poesia.

Tudo contém a unidade entre as coisas e os homens. 

Tudo constitui uma harmonia entre o sonho e a vida.

Graça Pires





Mergulho num calmo poço de ternura,
Preciso de um enxágue de carinho.

Encharcar-me de Amor de puro linho,
acalmar meu coração com brandura.

Sinto minhas vestes tão ensopadas,
sensação de alívio, bem refrescadas.

Ouso já sentir meu peito estufado
de bons sentimentos, bem inflamado.

Aliviar penas, dores da minh'alma,
numa água morninha, só me acalma.

Sairei bem leve do banho plácido,
parece sagrado, de cura, sem ácido.




quarta-feira, 27 de agosto de 2025

Leveza na Sutileza

 


"É urgente inventar a alegria multiplicar os beijos, as searas,

 é urgente descobrir rosas e rios e manhãs claras"… 






Sutil,

Elegantemente delicada,

Jovial, romântica, 

Altaneira, charmosa, 

Tem bossa.


Serena, 

Docemente prendada,

Íntegra,  perfumada, 

Vestida de flores,

Lindamente ornada.



Plena,

Encantadoramente leve,

Fascinante, charmosa,

Baila suavemente, 

No compasso da vida.








quinta-feira, 21 de agosto de 2025

Olfato, Aromas, Evocações





A festa de hoje quer colocar você em contato com a criança inocente que existe em você, quer dar-lhe a coragem de viver puro e permeável. 
A criança inocente que existe dentro de você gravará neste mundo um traço que permanece, testemunhará o mistério da vida a muitos. O que constitui o nosso valor não é o que fazemos ou possuímos, mas o nosso ser que é sempre dádiva.
(Anselm Grün)











Fui gordinha, rechonchudinha, o mingau era o meu forte. Até hoje gosto do sabor de um gostoso mingau. Tanto faz se de fubá de milho, maisena, aveia.
Ao observar o leite da vaca a se transformar entro da  garrafa numa gostosa e pura manteiga. A comer e me regalar o doce de tomate perfeito. Os biscoitos feitos no fogão à lenha. Um sabor de infância feliz, vivido nas férias na roça.
O bom do temporal no interior era o cheirinho de chuva, a terra exalava. Ficava bem comportada. Ah! Cheiro bom danado da INFÂNCIA e seu sabor.

Para o Papai Noel eu pedia, confiante, ainda lhe deixava, junto às rabanadas e à aletria, um pedaço de manjar com ameixa. E a noite ansiosa eu dormia, no outro dia a procurar o caroço no prato. Posso dizer hoje: eu vivia!
Estudar foi sempre o seu lema , desde bem pequenininha.
Imposto e acatado com firmeza, mas em compensação, do meu papai amado, tive sempre a merendinha. Curiosos para saberem? Eram as balinhas de groselha açucaradas e bem gostosinhas junto às cavaquinhas, também um biscoitinho de polvilho.
Até hoje, gosto muito de doces, evito colocar açúcar em todo tipo de líquido que tomo, aceito bem café, chás e sucos sem adoçar e posso comer meus docinhos que relembram as tais balinhas que meu pai me comprava, bem como o doce quebra-queixo que adoro.

Usar tranças me deixa memórias lindas de um tempo de inocência. Até hoje, de vez em quando, tranço meu cabelo e me sinto bem.

Na atualidade, eu ainda não perdi a fé para manter o fôlego de vida, não esmorecer ante adversidades.


Tudo aqui relacionado me aproxima dos meus afetos inaugurais.Pus aqui os  meus mais deliciosos cheiros e paladares da infância.Hoje, eu só retenho os melhores cheiros, paladares e evocações que eles me remetem.O demais acabou, não volta mais, por sorte.A infância é a única fase da minha vida onde me lembro só de coisas boas.
"Minha criança adivinhou, em seus sonhos, o adulto que eu queria ser. E traz alegria e esperanças à minha idade atual. Hoje sou, há muito tempo, o adulto que sonhei ser. Talvez com menos tensões, mas igualzinho em meu modo de amar a vida." 
(Artur da Távola)



A proposta tem a ver com as memorias que os aromas e cheiros despertam desde a infância.O olfato, os aromas, as evocações que emergem do nariz e se infiltram no cérebro e despertam memórias adormecidas. Cheiros, aromas sabores, tudo o que vier à mente.Participo da iniciativa das amigas Rosana e Patrícia que aproveitam o dia dedicada às crianças no dia 17 para ressaltar o valor das lembranças afetivas.

Obrigada, queridas amigas Patrícia e Rosana.



terça-feira, 19 de agosto de 2025

Momento Onírico

 


"Pelo fio que vai enlaçando no emaranhado dos nossos dias a poesia é o que contribui para dar solidez ao tecido da existência e coragem à alma. 
Que mais acrescentar?"
Li no livro de Graça Pires: A Poesia move-se na sombra.




achega-te bem à  tua almofadinha,
aperta teu coração, mocinha,
sonha bonito, te aninhas
aos anelos mais belos,
sintonia nas alegrias.

aconchega-te nas nuvens magoadas,
esqueces de maldições, bênçãos
virão em céus estrelados,
sem manifestações
de incrédulos.



domingo, 17 de agosto de 2025

Mar em Haicais








Marolas festejam

Beijam areias douradas_

Mar feliz se agita


Ondas no vaivém 

Mar revolto em rebuliço _

Tons esverdeados 


Praia é festiva

Rola alegria e risos_

Verão colorido 


Natureza em festa

Estação das cores firmes_

Praia repleta de sol


Caminhar pela orla

Exercícios pertinentes_

Verde a oxigenar 




quinta-feira, 14 de agosto de 2025

Aqueduto da Paz

 


"Procura‑te num poema como se estivesses diante de ti. 

Verás que te vai habitar uma espécie de inocência, como se a tua sede desse lugar a uma nascente de água límpida. "






Aqueduto de Paz,

Sedução em beleza, 

Inspiração colorida, 

Respiração transluz. 


Consciência a refaz,

Estupenda rareza.

Magnífica avenida,

Repleta de clara luz.


Lugar inconfundível 

Sensação Indefinível.

Auréola transparente,

Emoção não carente. 


Infundida nas flores,

Múltiplas multicolores. 

Horizonte paradisíaco,

Sentimento afrodisíaco.


domingo, 10 de agosto de 2025

Cantinho do Poeta (Sol da Esteva)


Desde Janeiro de 2024, uma vez por mês, poetas amigos desfilarão por aqui com poemas sobre a Arte da Poesia  pela poesia.

Nosso  homenageado será o querido amigo Sol da Esteva, o poeta da experiência de vida, com mensagens vivazes e maduras.

Seja bem-vinda em nosso Cantinho do Poeta,  querido Amigo!





Poesia, é um rumo doce

Feito de versos e subintenções.
Mesmo que o desejo apenas fosse
Um elo que une os corações

Sem o fito de apaixonar,
A Poesia é o caminho
Por onde teremos de passar,
Para segurarmos o carinho.

Pois é! Poesia é Amor,
É Vida como a queremos ter,
É esperança ou o que for

Credível, sem ser certo saber
Para além do esconso temor,
Que a paixão pode estar a nascer.


SOL da Esteva

Do poeta:

Leva-nos a reflectir sobre a vida, os seus encontros e desencontros.

Poesia muito representativa.

É um sol a brilhar lindamente

iluminando seus versos, poeta nato!

Verdades e temas tocantes.

Diz tudo com sabedoria e beleza.

Profundidade maravilhosa.

Muito talentoso.

quinta-feira, 7 de agosto de 2025

Cortejo Tímido

 


Num pressentimento feliz,
recebo de mãos abertas
a inexprimível conivência
das palavras.





No cortejar, as primícias, 

Os mimos são pura delícias.

Coração  disposto a amar,

Sem intenção de magoar. 


No início do namoro, só flor,

A elegância acompanha o amor.

A mulher receptiva se enamora,

O homem amoroso a adora. 


Na conquista inaugural,

Nada se propicia de banal.

Afinidades são trocadas, 

Pelas almas enamoradas.


No desejo não contido,

O olhar se faz retido. 

Condena se encontra o bem,

Não se resistem, vivem o amém.


segunda-feira, 4 de agosto de 2025

Paz Angelical

 


"O ato de escrever está longe de ser perfeito ou previsível. A criatividade pode surgir na banheira, num guardanapo ou em completo silêncio. É como se, por trás de cada página que nos encanta, houvesse um universo escondido — repleto de rituais, desafios e humanidade.

Talvez a magia da literatura esteja justamente aí: em como ela nasce do improvável, do íntimo e do real."

Vanessa Vieira 





Na conduta angelical,
integridade fenomenal,
jeito meigo de estar
nas correntezas do amar.

Certeza não corriqueira,
amor de menina brejeira,
modo de induzir beleza,
vida de anjo não é moleza.

Inteira, internaliza emoção,
na singela mentalização.
Com pudor, está em si, 
entra no eu real, é rubi.

Como deusa renascida,
integrada, despercebida,
brio embutido n'alma,
sensação de paz a acalma.



terça-feira, 29 de julho de 2025

Acordar Estações



Acordei Primavera

Sem a tua presença perfumada 

a me extasiar noite e dia. 



Acordei Verão

Sem a tua presença refrescante 

a me acalmar o âmago acalorado.




Acordei Outono

Sem a tua presença aconchegante 

a me inebriar por inteiro.



Acordei Inverno

Sem a tua presença calorosa 

a me aquecer corpo e alma.



Adormeci nenhuma Estação,

Amanheci sem nenhuma frustração,

Vivendo com muito amor no coração.





quinta-feira, 24 de julho de 2025

Ócio Criativo (Dia Nacional do Escritor)

 


25 de julho Dia Nacional  do Escritor




Ócio Criativo

Deambulo pelo prado junto às flores,
rememorando bons momentos felizes.
Do aconchego no dia a dia de magia,
da ternura embalsamada na alegria.

Meu olhar contemplativo se recorda
do dia da felicidade até a borda.
Quisera voltar o tempo da bonança,
onde éramos um casal de esperança.

Augúrios de eternidade infindável,
nutríamos, inocentemente, confiável
Era um amor lindo sem final feliz,
um tempo desgostoso me fez infeliz.

Ora lamento nas letras compulsivas,
bem reconheço linhas mal traçadas.
Restou-me o papel amarelado bonito,
nele, eu desafogo, imploro e grito.