Um dia chuvoso me inspira muita saudade...
A interiorização do cheirinho bom de chuva
Um dia chuvoso me inspira muita saudade...

Tenho vontade forte, mesmo sendo fraca...
Não sou oportunista nem campeã de nada.
O mar é meu colchão de amar, contemplar,
Tenho mãos e todo sentimento de cartada.
Procuro descobrir algo novo, penso sozinha,
Minha vida segue em frente, ela caminha.
Rego a amizade, valorizo, gosto de bombom,
Traz felicidade, adocica o viver, tão bom.
Prezo as virtudes, pelo genuíno amor,
Não tenho razões para amar, simplesmente
Amo... com a coragem do puro destemor,
Pela caminho das pedras, sigo genuinamente.
Ele me faz crescer tanto, mesmo no perecer,
É necessidade, não consigo Lhe esquecer.
Amo até sem entender... compreender?
Mesmo com as pedras em meu proceder.
Emilia revive sua vida, lê sua autobiografia, permanece imóvel, comovida, atenciosamente entendida do conteúdo denso do seu viver tão conturbado e sofrido.
Não chora mais, nada questiona e às suas dores, acolhe seu destino, agradecendo a Deus por tantas bênçãos e mimos vários.
Revê as fotos dos seus filhos e netos, uma lágrima furtiva caminha em sua face enrugada... só dura um minuto, seu vestido a recolhe.
Continua firme e forte em sua veia literária.

"Às vezes andamos distraídos.
Os dias parecem prolongar‑se sem que aconteça algo que mereça referência especial.
Se podemos, entregamo‑nos à preguiça e agimos como quem se despe das máscaras impostas pela rotina dos dias e entra num palco envergando o seu próprio eu, como sendo o único espectador de si mesmo.
É nesses momentos que podemos encontrar um modo de vida imaginário em que, por um subtil jogo de gestos e palavras, deambulamos por um espaço temporal, tanto exterior como interior, por nós inventado. "









"Pensa num quarto fechado com uma luz furtiva circunscrita nos teus olhos: Não sou nada
À parte disso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.
Não gostas de sonhar? "


