sábado, 15 de novembro de 2025

Cantinho do Poeta (Olinda)

 


Desde janeiro de 2024, estamos completando dois anos quase de pôr na passarela poética, os amigos que se atrevem na audácia da poesia cotidiana. É um verdadeiro estendal de talentos de todo tipo.
Basta que leiam os links abaixo colocados, com carinho e gratidão por nos brindarem com seus talentos.
Hoje, quase encerrando o ano. está nossa amiga Olinda Melo, fiel à cultura, à informação com dados precisos e se aventura na arte poética vez por outra, quando solicitada, e o faz divinamente bem também.
Seja bem-vinda em nosso Cantinho do Poeta,  querida Amiga!





Dos dias vividos, 
Joana resolve apenas recordar 
os dias mais bonitos. 

Estirando-se na varanda 
deixa que o sol lhe acaricie a face e, feliz, 
respira fundo. 
Folheia o livro que se propõe ler, 
mas os seus pensamentos atraiçoam-na. 

Viaja com um sorriso até os dias da sua infância. 
Ela e os irmãos. 
Ela, os irmãos e os amigos, 
colegas de escola. 

De manhã, 
as aulas com a professora, Dª Alice, 
passava a maior parte do tempo a dormitar 
ou a fingir que dormitava. 
O certo é que 
na sala de aulas organizavam-se grandes festas, 
tudo em surdina 
até o dia em que eram irremediavelmente apanhados. 

Em consequência, 
grandes desafios que metiam contas, 
resolução de problemas matemáticos, coisa temida. 

De tarde, grandes romarias à beira mar, 
a apanha de lapas, 
a sua confecção no quintal da Dª Vininha, 
mãe de uma das amigas. 

Mas as brincadeiras não ficavam por aqui...
à noitinha novo encontro, 
jogando à apanhada
ao anel que implicava severos castigos 
como aceitar beijinhos dos rapazes, 
confessar em altos gritos
o seu amor por um deles, 
risinhos, risinhos. 
Até à hora em que a mãe os chamava 
para o jantar.

Mudando de posição, 
agora protegendo-se do Sol 
com um chapéu de palha, 
o livro a repousar ao lado, 
põe-se a pensar: 
Seria melhor ou pior que agora? 
Bem, os tempos são diferentes. 

*(O texto da amiga Olinda Melo, adaptei-o em forma de prosa poética para que não ficasse sem ter seu tapete estendido no varal dos poetas virtuais, sua sensibilidade aflora em tudo que faz. Ela escreve muitíssimo bem na prosa, como bem sabemos, toda vez que se aventura, ocasionalmente, na poesia, se dá muitíssimo bem também. Além do mais, ela se dispõe na arte da poesia em várias iniciativas minhas).

Da poetisa Olinda Melo:


Sensibilidade fantástica aliada à cultura.

Muito objetiva.

Ressignifica a blogosfera em verso e prosa.

Admirável amiga,

Tem cuidado em cada edição.

Olinda não poderia faltar nesse cantinho lindo.

Excelente poeta.

Grande talento.


Obrigada, minha Amiga, por embelezar a blogosfera com sua dedicação poética ao belo.




terça-feira, 11 de novembro de 2025

Queima do Passado

 







Com meu direito,
queimo todo o feito mal em meu coração.

Com meu apoio,
incinero minhas recordações perfidiosas.

Com meu consentimento,
incendeio a desilusão, frustrações dolorosas.

Com minha concordância.
ponho fogo no passado desolador.

Com minha autorização,
inflamo todas emoções desordenadas.

Com meu endossamento,
afogueio toda sensação de frustração.






sábado, 8 de novembro de 2025

Patrimônio Afetivo

 





É insubstituível,
não se extirpa do coração,
nem se expulsa da mente,
nem se arrancar do âmago.

É inviolável.
Não se anula da consciência,
nem se move do inconsciente,
nem se acinzenta do subconsciente.

É irrevogável,
não se intimida ao arbitrário.
nem se subestima ao destino
nem ao voluntarioso desatino.




segunda-feira, 3 de novembro de 2025

Ternura Nova

 









Encharco meu ser de ternura nova,
molho meu espírito de amorosidade.

Inundo meu corpo de sensatez,
ensopo minha vida do mais nobre amor.

Impregno toda minha aura de constância,
embebedo meu paladar de vinho suave.

Empapo toda minha essência de paz,
alago de bom humor meu âmago.

Impregno meu eu real de bondade,
Infiltro-me de amor-próprio.

Cravo meu coração de viço,
embuto em mim toda tenacidade.



sexta-feira, 31 de outubro de 2025

Na Janela

 







Contempla o mar com doçura,
Seu refúgio secreto de candura.
Divaga perdida em mil sonhos,
Mistos devaneios de carinhos.

O pélago é seu habitat sagrado, 
Contempla todo dia a apaziguar.
Ele a refaz como grande aliado,
Nuances distintas a lhe mostrar.

No vaivém das ondas, reflete,
Põe-se resoluta, crédula, remete
À sua infância,  sem cobranças, 
Retorna ao lado das bonanças.

Não fosse tal maravilha no dia,
Sua  vida teria pouca alegria.
Agradecida, marca sua presença
Diariamente, faz no mar aliança. 



segunda-feira, 27 de outubro de 2025

Remador de Amor

 





Rema, meu remador do amor,
singeleza em préstimo e ardor.
Mira o percurso, cuida de nós,
amansa as águas, somos a sós.

No amarelo ouro, sentimento
puro, dourado, sem tormento.
O sol espia ansioso, amoroso,
despede-se de nós dois depois.

Leva-me devagarzinho, ninho
de amor se faz com carinho.
Desperta o anoitecer vibrante,
com tua ternura emocionante.

Rema, meu remador do amor,
no pernoite, seja meu cobertor.
Deslizemos confiantes, aurora
virá sorridente, sem demora.



 

quinta-feira, 23 de outubro de 2025

Visivelmente Mulher






 

Impetuosa, vibrante,
cheia de emoção,
buscadora, sensível,
criativa, imprevisível,
plena de desejos,
coração pulsante...

Perfumada de flores,
odor abrangente,
ardores em profusão,
olhos fechados,
vestida de 'boucle',
sem ter um porquê...

Inala sensações,
intensa, calorosa,
inspira ternura,
peito estufado,
coração acalorado,
perfil emoldurado.

Cabelo esvoaçante,
adornado de mimosas,
mulher sem melindres,
tampouco recalques,
dolorida como fado,
carinhosa. Das formosas.







terça-feira, 21 de outubro de 2025

Momento Estelar

 


"Pensa num quarto fechado com uma luz furtiva circunscrita nos teus olhos: Não sou nada 

À parte disso, tenho em mim todos os sonhos do mundo. 

Não gostas de sonhar? "





Tal e qual o Príncipe espacial,
contempla o universo sem igual.
Busca paz interior, paciência,
seu lema de vida na consciência.

Dialoga com as estrelas, a rosa
não cuidada, pereceu fecundada.
A raposa fugiu muito desolada,
ficaram-lhe memórias da prosa.

Fugidio, conquista tais espaços,
na solidão sem tais compromissos.
Longe do habitual casulo natural,
sente conforto na nuvem glacial.

O tempo passou, a saudade restou,
urge cativar novos horizontes.
A rosa, rápido, de novo crescerá,
o gigante, enfim, se surpreenderá.


Dia do Poeta


domingo, 19 de outubro de 2025

Chá de Ternura

 







Aceita um chá?
Oferto doçura, delicadeza,
momento de ternura e beleza,
o amor é meu melhor crachá.

Aceita um café?
Com ou sem açúcar ou mel...
momento de descontração sem fel,
a alegria faz parte da minha fé.

Aceita um chá?
Gelado ou quente, meio termo,
estarei vestida de rosa chá.
logo achar-me-á num lugar ermo.

Aceita um café?
encontrar sem dialogar não dá pé.
Vamos ideais trocar, criar laços,
tirar de nós todos adereços.

Dia  Nacional  do Poeta 




sexta-feira, 17 de outubro de 2025

Minha Melhor Composição

 


"A Poesia leva‑nos a lugares onde nenhum pormenor escapa à vigília do olhar."




Num delicioso momento de trabalho,
ponho-me a costurar sobre o assoalho.
Envolta em belas tênues cores rosadas,
concentro-me em bordar todas palavras.

O tecido é longo como já minha vida,
concentro-me em tudo vivido na lida.
Escrevo um poemeto no menor tecido,
curto, primoroso, bonito, mesmo doído.

Tão logo termine, vou adentrar no maior,
nele, vou escrever com todo meu amor.
Dar-me-á bela prosa poética amorosa,
quiçá um novo romance cheio de bossa.

Quarto apetece, inspira, cor principesca,
num romantismo com borda pitoresca.
As quimeras mil me tomarão pela mão,
elas serão minha melhor composição.




segunda-feira, 13 de outubro de 2025

Cantinho do Poeta (Juvenal Nunes)

 



Desde janeiro de 2024, uma vez por mês, poetas amigos desfilarão por aqui com poemas sobre a Arte da Poesia  pela poesia.

Nosso   homenageado será o amigo Juvenal Nunes que reverencia em seu blog, um  painel da literatura com poesias clássicas e de sua autoria cujos temas mais explorados são a natureza e o amor.

Seja bem-vindo em nosso Cantinho do Poeta,  Amigo!




Prece

São ignotos os caminhos,
Que percorro nos meus versos;
Não há rosas sem espinhos
Nesses rumos tão dispersos.

Nesse meu desassossego,
De versos soltos ao vento,
Fica no meu pensamento
Um sulco de desapego.

Sinto um último alento
Na fé em que me obstino,
Elevo aos céus uma prece,
Em que minha alma adormece,
Num bálsamo com que tento
Contrariar o destino.

          Juvenal Nunes













Do Poeta Juvenal:

A sua sensibilidade e objectividade são patentes em cada verso.

Sensibilidade

Poeta tão sensível aos sobressaltos existenciais .

Poema cheio de emoção e encanto 

Questões existencias saltam aos olhos.
O destino, a fé e o desapego desfilam em versos "soltos ao vento", num trabalho magnífico de poetar.





Obrigada, Amigo, por embelezar a blogosfera com poemas tão lindos.












quinta-feira, 9 de outubro de 2025

Elevados Sentimentos

 




"Não importa se nasceste num qualquer recanto. 
O que importa é a beleza que exalas, ao  captares o olhar, de com quem te cruzas..."  




ergo-me,
ponho-me ereta,
de pé na linha de frente,
minhas emoções na mente.

elevo-me,
em sinal de alerta
equilibrada sem desatinos,
minhas sensações não mentem.

alongo-me,
alcanço sabor no viver,
não posso ainda perecer,
meus sentimentos são livres.

estico-me,
articulo corpo e alma,
boa sensação me acalma,
meu coração é bem resistente.



terça-feira, 7 de outubro de 2025

EMBALADA DE PAZ

 



"A poesia tem destas coisas: leva‑nos através das palavras a sentir a cadência da música que preenche os nossos dias." 









Notas musicais,
Som de bom enlevo puríssimo,
Momento de Paz.

Teclado suave,
Notas sendo dedilhadas,
Há sonoridade!

Ternura de enlevo, 
Compasso bem musical,
Musicalidade...

Audição inebriante, 
Tempo de escuta sonora,
Plateia feliz.