Desde janeiro de 2024, estamos completando dois anos quase de pôr na passarela poética, os amigos que se atrevem na audácia da poesia cotidiana. É um verdadeiro estendal de talentos de todo tipo.
Basta que leiam os links abaixo colocados, com carinho e gratidão por nos brindarem com seus talentos.
Hoje, quase encerrando o ano. está nossa amiga Olinda Melo, fiel à cultura, à informação com dados precisos e se aventura na arte poética vez por outra, quando solicitada, e o faz divinamente bem também.
Seja bem-vinda em nosso Cantinho do Poeta, querida Amiga!
Dos dias vividos,
Joana resolve apenas recordar
os dias mais bonitos.
Estirando-se na varanda
deixa que o sol lhe acaricie a face e, feliz,
respira fundo.
Folheia o livro que se propõe ler,
mas os seus pensamentos atraiçoam-na.
Viaja com um sorriso até os dias da sua infância.
Ela e os irmãos.
Ela, os irmãos e os amigos,
colegas de escola.
De manhã,
as aulas com a professora, Dª Alice,
passava a maior parte do tempo a dormitar
ou a fingir que dormitava.
O certo é que
na sala de aulas organizavam-se grandes festas,
tudo em surdina
até o dia em que eram irremediavelmente apanhados.
Em consequência,
grandes desafios que metiam contas,
resolução de problemas matemáticos, coisa temida.
De tarde, grandes romarias à beira mar,
a apanha de lapas,
a sua confecção no quintal da Dª Vininha,
mãe de uma das amigas.
Mas as brincadeiras não ficavam por aqui...
à noitinha novo encontro,
jogando à apanhada,
ao anel que implicava severos castigos
como aceitar beijinhos dos rapazes,
confessar em altos gritos
o seu amor por um deles,
risinhos, risinhos.
Até à hora em que a mãe os chamava
para o jantar.
Mudando de posição,
agora protegendo-se do Sol
com um chapéu de palha,
o livro a repousar ao lado,
põe-se a pensar:
Seria melhor ou pior que agora?
Bem, os tempos são diferentes.
*(O texto da amiga Olinda Melo, adaptei-o em forma de prosa poética para que não ficasse sem ter seu tapete estendido no varal dos poetas virtuais, sua sensibilidade aflora em tudo que faz. Ela escreve muitíssimo bem na prosa, como bem sabemos, toda vez que se aventura, ocasionalmente, na poesia, se dá muitíssimo bem também. Além do mais, ela se dispõe na arte da poesia em várias iniciativas minhas).
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