sexta-feira, 2 de julho de 2021

Sou Árvore Desnuda

 


Eu tenho que ser minha amiga, senão não aguento a solidão.
(Clarice Lispector)



Inverno cortante, inconstante,

Sem tiquinho de carinho, vento 

Sul vem me gelar neste instante.

Se não fosse a paz, o que seria

De mim, meu viver sem alegria?


Árvore Desnuda, minhas folhas

Secaram de tanta dor, estou só,

Para sempre ficarei, desfolhar

Só me resta sem me desabafar,

Nem sou abrigo para dominó.


O frio me congela, sem abraço,

Olho as pessoas, passam rápido,

Antes, me admiravam, embaraço

Aos passantes, flechas de cupido,

Com desprezo ferem, me despem.


Sou Árvore Desnuda de desafetos,

De alento, de aconchego, de mimos.

Sinto frio na alma, até o "cala frio"

Vem me desfalecer sem algum brio,

Insensivelmente me desnudam, ai!









6 comentários:

  1. É bom desnudar-se de ventos frios, desafetos, gelo e frio que podem até no coração chegar. Ainda bem, mesmo desnuda, essa àrvore é vestida, muito bem vestida de amor. LINDO! Adorei! beijos, chica

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  2. Querida e doce amiga Rosélia,
    Senti tanta solidão no seu poema, dor e desencanto.
    Esta valsa toca-nos a alma e lamento por tudo que está passando.
    Ai minha amiga, se os desejos curassem-se todas as dores, acredite, que os meus já a tinham curado.
    BEIJINHO GRANDE E EMOCIONADO!

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  3. Tristeza, solidão, sofrimento, desencanto, tudo junto neste poema. Bonito de ler, triste após leitura. A amla anda ferida. O coração chora.
    .
    Cumprimentos
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    Pensamentos e Devaneios Poéticos
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  4. Belo versejar, somos árvores, natureza.

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  5. Um poema tão sentido e profundo.
    Logo o inverno vai acabar e essa árvore voltará a florescer e a encantar todos os que por ela passarem.
    Beijinhos

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  6. Profundo e lindo poema, Rosélia.
    Amei a frase de Clarice Lispector, pois somos nosso melhor amigo ou inimigo, basta perceber e escolher...
    Desejo antecipadamente um final de semana abençoado.
    Beijos no coração,
    Juliana.

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