A festa de hoje quer colocar você em contato com a criança inocente que existe em você, quer dar-lhe a coragem de viver puro e permeável.
A criança inocente que existe dentro de você gravará neste mundo um traço que permanece, testemunhará o mistério da vida a muitos. O que constitui o nosso valor não é o que fazemos ou possuímos, mas o nosso ser que é sempre dádiva.
(Anselm Grün)Fui gordinha, rechonchudinha, o mingau era o meu forte. Até hoje gosto do sabor de um gostoso mingau. Tanto faz se de fubá de milho, maisena, aveia.
Ao observar o leite da vaca a se transformar entro da garrafa numa gostosa e pura manteiga. A comer e me regalar o doce de tomate perfeito. Os biscoitos feitos no fogão à lenha. Um sabor de infância feliz, vivido nas férias na roça.
O bom do temporal no interior era o cheirinho de chuva, a terra exalava. Ficava bem comportada. Ah! Cheiro bom danado da INFÂNCIA e seu sabor.
Para o Papai Noel eu pedia, confiante, ainda lhe deixava, junto às rabanadas e à aletria, um pedaço de manjar com ameixa. E a noite ansiosa eu dormia, no outro dia a procurar o caroço no prato. Posso dizer hoje: eu vivia!
Estudar foi sempre o seu lema , desde bem pequenininha.
Imposto e acatado com firmeza, mas em compensação, do meu papai amado, tive sempre a merendinha. Curiosos para saberem? Eram as balinhas de groselha açucaradas e bem gostosinhas junto às cavaquinhas, também um biscoitinho de polvilho.
Até hoje, gosto muito de doces, evito colocar açúcar em todo tipo de líquido que tomo, aceito bem café, chás e sucos sem adoçar e posso comer meus docinhos que relembram as tais balinhas que meu pai me comprava, bem como o doce quebra-queixo que adoro.Usar tranças me deixa memórias lindas de um tempo de inocência. Até hoje, de vez em quando, tranço meu cabelo e me sinto bem.
Na atualidade, eu ainda não perdi a fé para manter o fôlego de vida, não esmorecer ante adversidades.
Tudo aqui relacionado me aproxima dos meus afetos inaugurais.Pus aqui os meus mais deliciosos cheiros e paladares da infância.Hoje, eu só retenho os melhores cheiros, paladares e evocações que eles me remetem.O demais acabou, não volta mais, por sorte.A infância é a única fase da minha vida onde me lembro só de coisas boas.
"Minha criança adivinhou, em seus sonhos, o adulto que eu queria ser. E traz alegria e esperanças à minha idade atual. Hoje sou, há muito tempo, o adulto que sonhei ser. Talvez com menos tensões, mas igualzinho em meu modo de amar a vida."
(Artur da Távola)
A proposta tem a ver com as memorias que os aromas e cheiros despertam desde a infância.O olfato, os aromas, as evocações que emergem do nariz e se infiltram no cérebro e despertam memórias adormecidas. Cheiros, aromas sabores, tudo o que vier à mente.Participo da iniciativa das amigas Rosana e Patrícia que aproveita o dia dedicada às crianças no dia 17 para ressaltar o valor das lembranças afetivas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário